Ministro do STF diz que levará negativa de Dilma a seus pares, vice-líder do governo assume compromisso com servidores, Valor Econômico diz que PMDB apóia PCS.
Ao que parece, a força da greve está promovendo algumas movimentações em Brasília. Embora importantes, elas são insuficientes. Por isso, a categoria precisa ter claro que fortalecer a paralisação neste momento é decisivo para que a luta pelo PCS tenha um desfecho favorável aos servidores.
Nesta semana, a primeira movimentação veio do vice-presidente do STF, ministro Ayres Brito. Segundo divulgou a agência Fenajufe de Notícias, no dia 07 de novembro, última segunda-feira, Brito assumiu um compromisso junto a coordenadores da Fenajufe de que conversaria com os demais ministros do Supremo sobre a reiterada posição do governo Dilma de reajuste zero para a categoria.
Na noite de terça-feira (08), foi a vez do líder do governo na Câmara, Gilmar Machado (PT-MG), assumir o compromisso de se empenhar para que seja fechado um acordo visando a aprovação do PCS ainda este ano.
Com bastante influência sobre a bancada petista e bom trânsito no Planalto, o deputado assumiu o compromisso perante coordenadores da Fenajufe, em Brasília. É necessário destacar, entretanto, que não é a primeira vez que um parlamentar assume algum tipo de compromisso com a categoria.
O maior exemplo foram as sucessivas manobras na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) para que o PL 6613/09 não fosse apreciado. O presidente da comissão, Claudio Puty (PT-BA) se “comprometeu” em buscar interlocuções junto ao Executivo e Judiciário para a aprovação do PCS. O que aconteceu, entretanto, desmascarou o papel que os parlamentares têm cumprido: a blindagem do governo Dilma.
No jornal Valor Econômico de terça-feira (08), uma reportagem assinada por João Villaverde e publicada na página A8, tem o seguinte título: “Judiciário obtém apoio do PMDB para reajuste salarial”. A matéria diz que o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, articulou com o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Laves (RN), resultando num “provável” isolamento do PT, que, a mando de Dilma, tem atuado contra o reajuste da categoria.
Segundo diz o texto, na semana passada, “o líder do PMDB avisou às ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e de Relações Institucionais, Ideli SAlvatti, que o governo provavelmente não contaria com a bancada do PMDB caso precisasse “comprar uma briga” com o Judiciário”.
A opinião dos servidores
Em Brasília, ajudando nas tarefas de pressões sobre os parlamentares e membros dos tribunais superiores, o diretor do Sintrajud Adilson Rodrigues argumenta que os servidores querem uma posição oficial do PMDB, que não seja filtrada pela imprensa comercial. Ainda na terça (08), data da publicação da reportagem, em Brasília, servidores de vários estados buscaram a liderança do partido do vice-presidente da República, sem sucesso.
Se o PL 6613/09 ainda obteve apoio necessário para a sua aprovação, o fato é que a força da greve colocou o “PCS na ordem do dia”. “Com a força da mobilização nacional não há nenhum deputado que esteja indiferente à nossa reivindicação”, diz Adilson.
Isso não significa, contudo, que algo esteja resolvido. Pelo contrário. A disposição do governo é impedir qualquer reajuste. A mesma reportagem do Valor diz: “... a equipe econômica, tendo o Tesouro Nacional à frente, se opõe “frontalmente” à medida (PCS) e vai pressionar”.
Ocorre que a movimentação que começa a acontecer em Brasília é resultado da greve nacional. “A greve acelera todo o processo, e uma negociação não tem o mesmo peso sem uma forte mobilização”, afirma Adilson, ao destacar que a paralisação deve ser intensificada em cada local de trabalho.
Nesta semana, do dia 07 de novembro, chega a 20 o número de estados na greve. Dois heróicos estados já vinham em greve desde junho, Bahia e Mato Grosso. Há 43 dias, foi a vez dos servidores de São Paulo começarem a sua mobilização. Aos poucos, os demais foram aderindo, e hoje são 20 entidades sindicais mobilizando seus servidores em todo o país pelo PL 6613/09.
Por isso, o Comando Estadual de Greve chama os servidores que ainda não aderiram a virem para essa luta. “Não é hora de recuar nenhum milímetro, pois não há nada garantido”, argumentou Leica Silva, da JT/ Barra Funda e diretora do Sintrajud. A declaração foi feita na assembleia de terça (08), em frente ao Fórum das Execuções Fiscais. Para Leica, qualquer recuo pode significar um retrocesso nas negociações que começam a aparecer no horizonte. “Estamos entre o congelamento salarial e o começo das negociações. Por isso, precisamos fortalecer a greve, para termos uma negociação mais favorável”, concluiu.
Por Caê Batista
Fonte: SINTRAJUD
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