quinta-feira, 24 de novembro de 2011

DURANTE ATO EM FRENTE AO PALÁCIO DO PLANALTO, FENAJUFE BUSCA NEGOCIAÇÃO COM REPRESENTANTES DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Dirigentes entram na sede do governo, mas conversam apenas com assessores. Servidores mantiveram protesto na Praça dos Três Poderes

Foto:Joana Darc Melo

BRASÍLIA – 23/11/11 – A pressão dos mais de mil servidores que protestaram nesta tarde na Praça dos Três Poderes garantiu que um grupo de seis coordenadores da Fenajufe entrasse no Palácio do Planalto para conversar com representantes do governo federal. Enquanto os manifestantes protestavam na porta da sede do Executivo, logo após as intervenções feitas em frente ao STF, os coordenadores Antônio Melquíades [Melqui], Saulo Arcangeli, Ramiro López, Zé Oliveira, Cledo Viera e Walter Nogueira negociaram, com chefes da segurança, a entrada no Palácio. Em contrapartida, no entanto, a segurança presidencial pedia a saída dos manifestantes da pista que dá acesso à sede do governo federal. Após muitas negociações, e com a insistência dos chefes da segurança da Presidência, os servidores retornaram à Praça, onde ficaram concentrados até o final do ato.

A reunião, que inicialmente seria com a Secretaria Geral da Presidência da República, conforme informaram representantes do próprio Palácio do Planalto, ocorreu com os assessores da Secretaria Geral da Presidência Wlamir Ubeba Martines e Sílvio Silva Brasil; e da Secretaria de Relações Institucionais, Marcos Toscano. Apesar da tentativa dos dirigentes da Fenajufe, já dentro das dependências do Palácio do Planalto, as ministras Ideli Salvatti [Relações Institucionais] e Gleisi Hoffmann [Casa Civil], se recusaram a receber os representantes da Fenajufe.

Na conversa, os assessores reafirmaram aos dirigentes sindicais a posição que vem sendo sinalizada há tempos, em reuniões e por meio de declarações nos veículos da grande imprensa, de que o governo não pretende, em 2012, conceder reajuste para o funcionalismo público federal, em especial para os servidores do Judiciário Federal e do MPU. Eles disseram, ainda, que as negociações referentes aos PCSs da categoria devem se resolver somente com o diálogo entre os chefes dos dois poderes, no caso a presidente Dilma e o ministro Cezar Peluso. De acordo com eles, esse impasse não é possível de ser sanado no âmbito nem mesmo das duas ministras, se referindo à Ideli Salvatti e à Gleisi Hoffmann.

Em relação à postura do Executivo, ao serem indagados pelos dirigentes sobre o fato de não dialogar com a cúpula do Judiciário, o assessor Marcos Toscano disse que, na avaliação dele, dificilmente a presidente Dilma Rousseff recusaria um pedido de audiência feito pelo ministro Cezar Peluso. Após ouvir os argumentos dos dirigentes sindicais para que o governo federal entre nas negociações, eles se comprometeram a tentar agendar uma audiência da Fenajufe com o secretário geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho para a próxima semana.

Para o coordenador Saulo Arcangeli, a recusa das ministras em receber a Fenajufe reforça a postura do governo, que não quer negociar com os trabalhadores e mantém a sua política de reajuste zero. “Nós dissemos aos assessores que essa postura não ajuda em nada, mostra para a categoria que o governo não quer conceder o nosso reajuste salarial e desrespeita os mais de mil servidores de todo o país que protestavam na frente do Palácio. Essa prática somente acirra os ânimos para a intensificação da greve em todo o país” afirmou Saulo, que deu o informe, sobre a reunião, aos servidores que ainda permaneciam na Praça dos Três Poderes.

Na avaliação de Ramiro López, ao falar aos manifestantes após a reunião com os assessores, a categoria só tem um caminho a perseguir: aprofundar a greve em todo o país. “O nosso caminho é um só e nós já estamos nele. Agora o que precisamos é intensificar a luta e não desistir de continuar batalhando pelo nosso PCS. Os assessores foram claros, ao dizerem que a posição do governo é reajuste zero para o funcionalismo”, enfatizou Ramiro, que também informou que a intenção do governo é ainda aprovar o PL 1992/07, que cria a previdência complementar para o servidor público. “Isso aumenta ainda mais a necessidade de nossa firmeza”, disse.

Zé Oliveira, outro coordenador geral que também deu informes sobre a reunião no Palácio, reforçou a orientação dos colegas da Fenajufe, dizendo que é preciso jogar peso nas mobilizações. “Precisamos fortalecer a greve em todo o país e continuar pressionando os deputados nos estados, a cúpula do Judiciário Federal, o Executivo e os parlamentares. Temos a certeza que a postura do governo não vai mudar se a gente não intensificar a nossa mobilização. Além disso, é preciso cobrar uma atuação efetiva do ministro Peluso”, ressaltou Zé, que também criticou a postura das ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann em não receber os coordenadores da Fenajufe.

“Em conversa hoje com os ministros Ayres Brito e Marco Aurélio Melo eu pedi que eles convençam o ministro Cezar Peluso a assumir uma postura mais incisiva junto ao governo. Expliquei a eles que o deputado Arlindo Chináglia [presidente da Comissão Mista de Orçamento] nos disse várias vezes que se não houver uma negociação efetiva entre os chefes dos dois Poderes, o acordo não será fechado. Informei também sobre a emenda que foi aprovada hoje na CCJ, que foi resultado do intenso trabalho dos servidores”, disse Melqui, que reforçou, como os demais colegas, a necessidade de ampliar a greve em todo o país.

Da Fenajufe – Leonor Costa

Fonte: FENAJUFE

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