quarta-feira, 21 de março de 2012

LUVA TRADUZ O MOVIMENTO DA LINGUAGEM DE LIBRAS

 Um sensor adaptado em uma luva traduz o movimento da linguagem de libras em palavras que aparecem em uma pequena tela. Chamada de "luva tradutora", o equipamento, ainda em forma de protótipo, é ideal para a comunicação entre quem conhece a linguagem das libras, usada pelos deficientes auditivos, e os que desconhecem. À medida que quem usa a luva faz os sinais, o texto aparece na tela. O próximo passo é fazer a luva traduzir os sinais em palavras faladas.

Criada por Bruno Amorim Moraes e Pedro Jorge Filho Silva, ambos com 15 anos, alunos de uma escola particular do Recife (PE), a luva é um dos 325 projetos desenvolvidos por 748 estudantes do ensino médio e dos últimos anos do ensino fundamental de todo o país que participam da 10ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). A maioria dos projetos são soluções ligadas à acessibilidade e ao meio ambiente e tem baixo custo. O evento começou nesta terça-feira (13) e vai até quinta (15), na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo. A entrada é gratuita.
Alunos da Escola Estadual Getúlio de Andrade Limas, da cidade de Bezerros, no interior de Pernambuco, Everton Ramos dos Santos, de 15 anos, e Hallan Maythenyson, de 19 anos, também trouxeram seu trabalho para a Febrace. É um gerador de energia que funciona à medida que a pessoa pisa nele, feito com placas de quartzo e lâmina de cobre. O visual é parecido com o de uma balança de farmácia.

"Na Holanda existe uma boate onde o piso funciona assim. À medida que as pessoas dançam geram energia para o local. Quisemos apresentar formas de gerar energia pisando", diz Santos.

Ao pisar na máquina, energia é gerada

Outras invenções

Lucas Orosque, de 17 anos, aluno da Escola Técnica Rezende Rammel, do Rio de Janeiro, desenvolveu um para-choque inteligente. Ao bater em uma velocidade mínima de 40 quilômetros por hora, o dispositivo aciona a seguradora e os bombeiros, ao mesmo tempo, corta a transmissão e suga o combustível de volta para o tanque e dessa forma evitar vazamento.

"Esse produto não existe no mercado, está sendo bom apresentá-lo aqui. A feira acrescenta na nossa vida profissional porque é possível trocar ideias e conhecer outras culturas", diz Orosque.

Do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia de Alagoas, João Constantino da Silva Neto e Marília Inês Oliveira Belo, ambos de 17 anos, trouxeram o reciclabot, um robô que será programado para ministrar palestras e ensinar crianças e adultos sobre a reciclagem do lixo.

Os projetos foram selecionados entre 1.505 trabalhos. Na Febrace, os finalistas serão avaliados por uma comissão julgadora. Os melhores ganharão medalhas, bolsas de iniciação científica, certificados, estágios, entre outros prêmios. Também serão selecionados 14 estudantes para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel, que neste ano acontece em Pittsburg, nos Estados Unidos, entre 13 e 18 de maio.

Patente

Apesar dos trabalhos apresentados na feira serem inéditos, para a coordenadora geral Roseli de Deus Lopes, o principal objetivo não é patentear as invenções e disponibizá-las ao mercado. "Esse não é o grande interesse, até por conta da pouca idade dos participantes. Queremos estimular seu potencial para serem cientistas e engenheiros."

Roseli afirma que a feira é uma forma fortalecer a educação básica, já que estudantes de todo os país e das redes pública e privada estão reunidos no evento. "Os alunos ganham visibilidade, principalmente nas cidades pequenas. Não adianta falar de sustentabilidade se a educação básica não for trabalhada."

Fonte: G1.GLOBO.COM/NONATODODIA.TRTPR

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